Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Concurso Conte Connosco.

Acabei de submeter um conto meu para um concurso. Leiam, votem e participem. Também podem ganhar prémios. Aqui está o endereço: http://www.conteconnosco.com/trabalho-detalhe.php?id=606

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

o rapaz, a morte.

Havia um rapaz novo, já não tão novo quanto a prematuridade permitia, essa já tinha sido, havia um rapaz que, jovem ainda não homem, escrevia já contra a morte. A morte. Como forma de perdurar. Com a ideia presente da incógnita da paternidade, o rapaz escrevia contra a sua morte por medo do anonimato, como uma forma de suspender esse término que é o tempo que uma bala demora da pistola que a dispara até ao peito que a recebe. Escrevia fragmentos dispersos, nada mais conseguia do que farrapos meramente decorativos, coisas do que poderia ser ou ter sido, palavras juntadas com pressa sem a calma de as prolongar numa história maior do que a morte.
Havia um rapaz novo, já não tão novo quanto gostaria de ser mas ainda demasiado jovem para pensar no fim das coisas, havia esse rapaz e havia o que escrevia contra esse fim. Um dia, o rapaz viu-se rodeado por uma ideia descabida: haveria de começar a escrever pela vida, por todos esses anos, incertos, que estariam entre a sua existência e a falta de saber o que vem depois da morte. Ponderou e fez má cara perante a idea inusitada, e só a aceitou quando a começou a escrever. Escrever pela vida e contra a morte. O objectivo permaneceria mesmamente igual a si. Como um prolongamento, como um filho que se tem sem se ter. E o rapaz sentiu-se pela primeira vez eterno.