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domingo, 23 de setembro de 2012

Heitor

Quando surgiu a que cedo desponta, a Aurora de róseos dedos,
foi então que o povo se reuniu em torno da pira do famoso Heitor.
Quando estavam já reunidos, todos em conjunto,
primeiro apagaram a pira fúnebre com vinho frisante,
tanto quanto sobre ela sobreviera a força do fogo; mas depois
os irmãos e os companheiros recolheram os brancos ossos,
carpindo, e abundantes lhes escorreram nas faces as lágrimas.
Colocaram os ossos numa arca dourada,
pondo por cima finas mantas de púrpura.
Depuseram-na depressa numa sepultura e por cima
amontoaram grandes pedras, bem cerradas.
Depressa ergueram o túmulo, com sentinelas por toda a parte,
não fossem antes de tempo atacar os Aqueus de belas cnémides.
Após terem erguido o túmulo, voltaram; e de seguida,
reunidos festejaram segundo o rito com um banquete
no palácio de Príamo, rei criado por Zeus.

E assim foi o funeral de Heitor, domador de cavalos.

Ilíada,
Homero. Trad. Frederico Lourenço.

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