As fotografias progressivamente mais baças
da desesperança finalmente alcançada
por falta ou perda. Não caminharei
nunca mais no medo - resta-me agora
a ausência da ausência, o céu preenchido
de ar e coberto por um véu psicadélico
dissociativo; a boca crivada de erupções
já não fará ecoar palavras de encorajamento,
desisto de Ulisses e dos heróis -
desço descalço a espiral descendente
dos dias da carência da dor.
E essas aliterações mundanas restam-me
como pavio reverberante e resplandescente
de um rio que seguia um dia forte e regular
e que por força de sangue depositado,
de porcos e de pérolas,
abrandou ou parou ou morreu.
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