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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

fundamentalmente sujo

Conseguia ouvir-me dizer cá dentro, pára pára pára pára pára, um grito insondável, de um lado, repetido à infinidade da minha boa costela, quando, do outro lado, uns dedos negros e cobertos de lama agarravam o centro solar que existia no meio do meu pescoço mesmo antes da caixa torácica, esmagavam-no, filhos da puta, ao espelho não se lhes via as unhas nem a existência, mas como eles me prendiam, amaldiçoados sejam amaldiçoados até ao osso amaldiçoados, continuei querendo escutar mais a minha benévola cavidade, os dedos sem largarem, curse them curse them, vomitei e sacudi saliva, tentava salvar-me e não subitamente comecei a ver a minha mão direita coberta de esterco, preta, os meus olhos viram, vejam lá, viram para além da imagem reflectida o meu pescoço coberto de terra molhada, escorrendo a porcaria peito abaixo, pára pára pára pára.

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