CONTRA
O ecrã olhava-me,
Eu quieto, ansioso.
Vi nas letras vazias
Quem sou.
Só soube ser nas letras vazias.
Nunca de outra forma
Os comboios passaram por mim.
O ecrã olhava-me,
Eu irrequieto, caótico.
Não li mais letras,
Os meus olhos desistiram
Quando meu corpo sucumbiu
Ao vazio das palavras não ditas.
Porque nunca consegui ver as que de facto se disse.
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