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quinta-feira, 9 de junho de 2011

where is it?

      Como proceder daqui, analisar a performance esquecida e procurar o casaco nos escombros? Quebrou-se ali o parágrafo, reza a história que foi de queda quebrada que tudo também aconteceu. Falava com um rapaz de olhos inusitadamente azuis, criticando a panela onde se derretem as cores, metáforas, metáforas, metáforas, traduções literais com adições. Assuntos assim tão interrompidos por uma brasileira putinha e bastante pequeninha, que era bela e morena, e foi-se embora o rapaz dos olhos, e pronto, foi-se com meios beijos a rapariga, restou o panda. O panda era grande e asiático, tempestuou através do bambu, imenso e magoado, e revelou-se dócil como um urso amestrado. É a sua última memória dessa noite até à madrugada. O panda. Que significado terá que ter este flash?        Os olhos acordaram de um sonho sem sonho, o odor nauseabundo a refluxo cor de rosa, onde estás, na ilha vista, não, isto é um hospital. Não sabia onde estava a carteira e o passaporte, tinha telefone, cigarros e tabaco, faltava-lhe o casaco, onde estariam os escombros? Viu outro que tal como ele, mas para o outro tinha vindo um carro – ninguém tinha isqueiro, que traça ter de aguentar até chegar a casa. Chegou, tresandava, doía, veio a amiga, riram-se, ele rezou que estivesse o casaco com os amigos – onde estariam os amigos – e deitou-se. Acordou passadas algumas grandes horas sentindo-se o pior sentimento à face da terra. O seu amigo não tinha o casaco, nem o valete. De toda a lentidão ainda houve algum riso e a consciência da perda e do custo de ganhar de novo o apostado sem olhar. A comida mexicana, grátis, fez-lhe mal ao estômago, e na casa da noite anterior não estava casaco algum não nos escombros concretos, a melhor das sortes, desejou-lhe um tal palerma como ele. Era a vez da polícia, que um deles o reconheceu imediatamente, bonito que só. 
A partir daqui é tudo parece que, terá acontecido assim. O polícia disse-lhe que o tinham encontrado, estando bastante agitado e rodeado de estranhos que diziam, foi atacado, foi atacado. Quase afogado em vómito, balbuciava o que todos os bêbados balbuciam, que não era checo, era português. Ao que parece, só não tinha ido para a prisão porque precisava por demais de médicos, era aguda a intoxicação conduzida pelos tiros. Não tinham achado nem virado para dentro nem o casaco nem a carteira nem o passaporte. Ainda foi à casa do outro lado da rua, ninguém, estava toda a gente na extravagância do sábado à tarde e noite. Passou o resto do dia e noite sentado no sofá, olhando o ecrã repetido da televisão, lento, demorado e impotente para encarar os zeros tais como eles eram. E veio o domingo, concatenando o dreno que sugava tudo e tudo. Ainda o casaco sem aparecer, a carteira dentro dele e o passaporte roçando os dois.
             

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