De Adão e o seu Diário
Adão, feito carne no jardim,
abala, urbano, um cigarro carregando,
e olha ao longe as luzes.
Crocita o Corvo e os portões rangem:
há betão e vidro e indústria.
É Tróia – onde se escreve cartas de amor
presas nas horas de ser Alexandre
__
Feito carne nesse jardim,
Abala, urbano, um cigarro carregando,
numa noite sem fim
e percorre o caminho, as luzes ao longe olhando.
Crocita o Corvo, rangem portões:
é vidro, indústria e betão.
“Somos muitos, mais do que milhões”,
diz a cidade, e o rapaz é Adão.
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