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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Adão e Alexandre


    Alexandre abraça-me e pousa as suas mãos nas minhas costas e nádegas, e incita-me a aumentar de ritmo. Masturbo-o concomitantemente, até que o levanto e o sento no meu colo. Os nossos movimentos convergem ao batermos um no outro. Seguro na sua cabeça, puxando-lhe o cabelo, e mordo-lhe o pescoço. Afasto-o um pouco de mim e concentro-me em penetrá-lo com cada vez mais intensidade. Olhamo-nos por momentos com a expressão de dor que é o orgasmo a gerar-se, espelhado em ambos os rostos roburizados. Venho-me dentro dele enquanto ele se vem também. Suspendemos o ritmo e ele cai sobre o meu peito, suspirando. Desprendemo-nos ainda arfando como cães e o cheiro a esperma invade o aroma da noite. A chuva inicia a sua queda e nós, deitados sobre as folhas do jardim, escutamos o contínuo pingar das bátegas cada vez mais grossas, esquecidos, durante este instante, do resto do mundo,  da degradação que o tempo trará aos nossos corpos, da eterna estupidez dos homens e do absurdo que é  a civilização, esquecemo-nos porque estamos, nesse momento,  esgotados, construídos. De lá de cima, Deus chora porque não sabe morrer.  

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