Alexandre
abraça-me e pousa as suas mãos nas minhas costas e nádegas, e incita-me a aumentar de ritmo. Masturbo-o
concomitantemente, até que o levanto e o sento no meu colo. Os nossos
movimentos convergem ao batermos um no outro. Seguro na sua cabeça, puxando-lhe o cabelo, e mordo-lhe
o pescoço. Afasto-o um pouco de mim e concentro-me em penetrá-lo com cada vez
mais intensidade. Olhamo-nos por momentos com a expressão de dor que é o orgasmo a gerar-se, espelhado em ambos os rostos roburizados. Venho-me dentro dele enquanto ele
se vem também. Suspendemos o ritmo e ele cai sobre o meu peito, suspirando.
Desprendemo-nos ainda arfando como cães e o cheiro a esperma invade o aroma da
noite. A chuva inicia a sua queda e nós, deitados sobre as
folhas do jardim, escutamos o contínuo pingar das bátegas cada vez mais grossas, esquecidos, durante este
instante, do resto do mundo, da degradação que o tempo trará aos nossos corpos, da eterna estupidez dos homens e do absurdo que é a civilização, esquecemo-nos porque estamos, nesse momento, esgotados, construídos. De lá de cima, Deus chora porque não sabe
morrer.
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