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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

siste viator

    As palavras de Mariana foram o primeiro despertar daquele pai para a nova realidade que acontecia naquela casa. Abriu lentamente a porta do quarto e um calor humedecido pelo suor e pelo esforço do sangue conservava um cheiro que tanto podia ser de morte como de vida. A luz fosca entrava pela janela da alcova e não iluminava mais do que parte do chão. Deitada na cama, Maria segurava ainda a bebé, que dormia nos seus braços. Marido e mulher olharam-se por momentos, cada um compreendendo os olhos do outro, e Maria fez sinal para que José segurasse a menina. Avançou silenciosamente para a cama e segurou a filha com o à vontade de quem não se comove com delicadezas nem se demove perante a banalidade da biologia.

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