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quarta-feira, 27 de julho de 2011

a rude metafísica [nunca te será o reino dos céus]

A José não era alheia a existência mas entregava-a ao poder divino de um deus que não conhecia por nunca lhe ter lido as palavras. Sabia dele o que lhe havia sido ensinado pelos pais e o que ouvia na missa. Não compreendia a figura que o observava de um lugar qualquer no céu, porventura não falariam sequer a mesma língua, mas a certeza de que alguém superior ordenava os mecanismos do mundo era reconfortante e servia de energia para que a máquina que era o seu instinto básico de sobrevivência continuasse a pulsar mesmo perante uma realidade tão severa. Abriu o pequeno portão de madeira da sua propriedade e a passo muito lento caminhou até à porta. 

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