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terça-feira, 19 de abril de 2011

2.2.Os Escombros

O ENTERRO

Na noite que me tem tido,
corro nu pelas luzes
e vejo-te, turvo, poema triste,
canto de pássaro no Inverno,
morrendo as notas da manhã.
Deslizas, leve, pelo orvalho,
e cais redondo no chão,
onde há esterco e sémen –
forte aroma de homem.
Sexos a latejar, voa o pássaro,
fica a semente.
E tudo colhe, a manhã.
Sobra então a impaciência e a verdade,
rotina de mim no progresso,
pelos raios de sol, invadindo,
fortes condições germinando,
comendo tudo em seu destino.
Na noite que me tem tido,
sou cérebro de boca,
colher de pau no açúcar,

E voa o pássaro
E há o fim das coisas.

(2009)

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