PREMATURO
Entrámos pelo fogo adentro
e ouvimos o bater dos nossos corações no inferno
morrendo em dilúvios que arrastavam
um caixão desfeito.
Esmorecendo como uma guitarra,
esse velho bater de corações sobre a pedra é
demorado luto do medo que se renova.
E eu quero ser o teu mártir, mundo,
quero que me dês um revólver para te suprimir
caso não me afundes nesse teu fogo.
Eu que durmo o barulho eterno das viagens infinitas,
que temo um espelho mais do que a vida,
vejo a minha cal na tua face
e desejo chamar-te Amor.
Mas tu não vens, antes morres.
Uma morte lenta, no grito de um voo curto.
(E deus chora porque não sabe morrer.)
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