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quinta-feira, 21 de abril de 2011

2.5. Os Escombros

deus

Eu era capaz de matar deus
por todas as pessoas que amo e
pelo mundo.

Eu era capaz de o assassinar
se isso fosse a maior dádiva
que eu pudesse dar aos homens e às mulheres.

Derramaria o seu sangue
sobre todas as bocas do planeta
e saciaria a sede e a fome.

E transudaria as suas lágrimas
nos poros de todos nós,
para que as doenças mirrassem.

Iria mais longe ainda e
escrevê-lo-ia com letras minúsculas
em todas as páginas e paredes da terra.

E assim deus tornar-se-ia apenas numa memória
das guerras e da culpa,
até ser esquecido como outra coisa qualquer.
 

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