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terça-feira, 26 de abril de 2011

4.1. O Tempo

DEPOIS DO FUTURO

Que ânsia de futuro,
que pressa em fazer um presente,
que sede de agarrar o tempo e esmagá-lo,
vertendo, depois, a areia sobre a terra,
para fazer crescer horas que nunca murchassem.

Quero condensar o primeiro segundo e correr com os outros,
estender a minha mão e receber os minutos,
torturar o presente e saber o que há depois do futuro,
suprimir a história e assassinar os dias de ontem,
encher de balas e fuzilar o momento.

E, ainda assim, fica inevitavelmente o tempo,
indagante dos rostos, cirurgião ideológico,
bisturi que cose retalhos desordenadamente,
engrandecendo para sempre os membros
sem amparo nem consolo nem alento.

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